Mopaids
05/11/2024
Por: Margarete Preto
Nesta semana, uma reunião entre parlamentares, representantes do movimento social e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas trouxe à tona desafios e propostas para enfrentar a escassez de profissionais e a continuidade das reformas no Hospital Emílio Ribas, referência em infectologia em São Paulo. Em meio a reestruturações há mais de uma década, o hospital enfrenta um cenário de transformações aceleradas, intensificadas pela decisão de encurtar o prazo inicial da reforma.
Um dos temas centrais da reunião foi a questão da terceirização. Com contratos de empresas terceirizadas prestes a vencer, o diretor do hospital, Dr. Luiz Carlos Pereira Jr., solicitou a renovação temporária desses acordos para assegurar a continuidade do quadro de enfermagem e o funcionamento dos leitos de internação.
Mobilização política em defesa do hospital
Entre os presentes, estava Rodrigo Pinheiro, presidente do Fórum de ONGs/Aids do Estado de São Paulo, que convidou a deputada Maria Lúcia Amary, presidente da Frente Parlamentar Estadual de Enfrentamento ao HIV/Aids, para conhecer de perto os desafios enfrentados pelo hospital. A deputada se comprometeu a interceder na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), reforçando a importância de um apoio contínuo. A ativista Margarete Preto, do Instituto Cultural Barong, também esteve na reunião representando o Mopaids (Movimento Paulistano de Luta Contra Aids.
Encaminhamentos discutidos na reunião
A reunião gerou propostas de encaminhamentos com potencial para redefinir o futuro do hospital:
1. Apoio na ALESP para criação de uma fundação
A transformação do Hospital Emílio Ribas em uma fundação foi discutida como uma alternativa para aumentar a autonomia do hospital, especialmente nas contratações, que hoje dependem da Secretaria de Saúde.
2. Modelos de gestão de saúde pública
A ALESP será palco de debates para avaliar o modelo de gestão mais adequado para o Emílio Ribas, considerando a possibilidade de torná-lo uma autarquia ou fundação, com vistas a adotar um formato mais eficaz para atender as demandas da saúde pública.
3. Encaminhamento da questão de recursos humanos
Mesmo com a recente contratação de 798 profissionais aprovados em concurso, o hospital ainda sofre com a escassez de mão de obra, já que esses trabalhadores serão distribuídos em várias unidades de saúde no estado. A ALESP espera receber informações detalhadas sobre essa distribuição para definir as ações necessárias.
4. Audiência pública na ALESP
A deputada Maria Lúcia Amary propôs a realização de uma audiência pública em dezembro, que poderá fazer parte do o "Dezembro Vermelho" — campanha de conscientização e prevenção ao HIV/aids. A audiência ampliará o debate com a presença de outros deputados e representantes da saúde pública.
Próximos passos para o Emílio Ribas
Antes de qualquer decisão definitiva, a Comissão de Saúde da ALESP quer entender mais a fundo a proposta de fundação que o Dr. Luiz Carlos apresentará à Secretaria de Saúde no próximo dia 25 de novembro. Essa análise será fundamental para alinhar expectativas e garantir que o modelo proposto beneficiará tanto os profissionais quanto os usuários do hospital.
A reunião reforça o compromisso das lideranças em buscar soluções sustentáveis para o Hospital Emílio Ribas, sinalizando um avanço importante na luta pela melhoria dos serviços de saúde pública em São Paulo.