Agência Aids
24/03/2024
Os dias 24 de março de cada ano estão marcados pelo Dia Mundial da Tuberculose (TB) nos quais se busca aumentar a conscientização sobre a doença, sintomas, tratamento e cura. Este ano, um ato foi promovido pelo Mopaids (Movimento Paulistano de Luta Contra a Aids) e em parceria com o Comitê Estadual de Controle Social da Tuberculose. Com o tema “Sim! Nós podemos acabar com a tuberculose e coinfecção TB/HIV”, o objetivo é chamar a atenção do público geral para a importância desse desafio e convidar todos a se unirem nessa causa.
A tuberculose representa um desafio significativo para as pessoas que vivem com HIV, exercendo um impacto substancial em sua qualidade de vida e causas de morte. Segundo dados do Ministério da Saúde brasileiro, o risco de contrair tuberculose para uma pessoa com HIV é 19 vezes maior em comparação com aquelas com sorologia negativa para HIV. A prevalência de coinfecção TB-HIV é de 8,6%.
Para José Carlos Veloso, Coordenador da Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose, é preciso lembrar a sociedade de que a tuberculose ainda existe, não é uma doença extinta como muitos pensam, e mata mais de 1 milhão de pessoas no mundo, sendo o Brasil o país que lidera as mortes por TB na América Latina. A doença é a principal causa de morte entre pessoas vivendo com HIV/aids. “É importante lembrar que a tuberculose tem medicamento, tem tratamento, tem cura e tudo é gratuito pelo Sistema Único de Saúde. As pessoas precisam se informar e se empoderar”.
O ativista faz questão de frisar que a tuberculose protagoniza uma epidemia com fortes traços de determinantes sociais, sendo uma doença negligenciada pela sociedade e poder público, afinal atinge majoritariamente as pessoas mais vulneráveis: pessoas vivendo com HIV/aids, população indígena, população privada de liberdade, população em situação de rua e população imigrante. “O maior desafio para o enfrentamento da tuberculose no Brasil é a pobreza, a fome e a desigualdade social. Precisamos criar estratégias conjuntas de saúde, assistência social, educação, habitação e trabalho, estratégias de proteção social para reduzir a incidência de tuberculose e outras doenças negligenciadas no mundo”, conclui José Carlos Veloso.
Segundo a médica infectologista Rachel Russo, Coordenadora do Programa Municipal de Tuberculose (PMCT), os principais sintomas da doença são tosse prolongada, perda de peso, febre baixa que às vezes dá no final da tarde e uma suadeira noturna que faz com que a pessoa acorde de madrugada bem molhada de suor, além da possível presença de gânglios. “O principal sintoma de fato é a tosse, que por vezes pensamos ser uma gripe mal curada, portanto é importante procurar uma unidade básica de saúde para fazer os exames para pesquisar a tuberculose”, afirma.
O tratamento é gratuito pelo SUS e consiste em um comprimido único que possui 4 medicamentos (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) e deve ser tomado diariamente por no mínimo 6 meses. Está disponível em todas as UBS. Vale ressaltar que a adesão correta ao tratamento é muito importante, pois a interrupção pode levar ao desenvolvimento de cepas resistentes da bactéria, dificultando o controle da doença.
Marina Vergueiro (marina@agenciaaids.com.br)
